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HISTÓRIA DE MARAÚ

1705  | A ORIGEM DO MUNICÍPIO

A origem do município foi uma aldeia de índios denominada “Mayrahú”, (cujo significado na língua indígena é: “Luz do Sol ao Amanhecer” descoberta em 1.705 pelos Frades Capuchinhos Italianos). A tribo indígena existente chamava-se “Mayra”. Não se sabe a época do seu desaparecimento e nem a que ramo pertencia.

Por ordem da Coroa, o bandeirante João Gonçalves da Costa, construiu uma estrada denominada “Estrada da Nação”. O movimento por essa estrada concorreu para o contrabando do “Quinto de Ouro”, o que deu origem à criação do Povoado dos Funis, local onde a estrada bifurcava em direção a Camamu e a Vila de Barra do Rio de Contas, hoje cidade de Itacaré.

Para dificultar o contrabando pela estrada, que passava no sertão da fazenda “RESSACA”, foi edificada nesse local, a cidade de Vitória da Conquista. Assim Mayrahú teve o seu “registro de impostos”, forçado pelas necessidades de arrecadação do “Quinto da Coroa”.

1718 | O DISTRITO DE MAYRAHÚ

O Distrito de Mayrahú foi criado em 1718, e a Capela construída pelos Frades (sendo benfeitor o Capitão-Mor José Ribeiro Torres), foi elevada à categoria de Freguesia, com o nome de “São Sebastião de Mayrahú”, pelo arcebispo Dom Sebastião Monteiro da Vide, no mesmo ano.

1756 | POVOAÇÕES E SÍTIOS DA FREGUESIA DE SÃO SEBASTIÃO DE MAYRAHÚ

Em 1756, a relação das Povoações e Sítios da Freguesia de São Sebastião de Mayrahú foi feita pelo vigário Pedro do Espírito Santo. Diz que “a sede possuía 26 fogos e 1130 pessoas de comunhão”.

A freguesia foi elevada à categoria de Vila, por ordem do Governo Provisório que se seguiu ao de D. Antonio de Almeida Soares e Portugal, 3° Conde de Avintes, em 17 de junho de 1761, sendo instalada pelo Ouvidor Geral da Bahia, Dr. Luiz Freire Deveras há 23 de julho do mesmo ano. Nessa mesma data, foi criada a Vila de Mayrahú.

1860 | PRIMEIRA FÁBRICA

Nos anos de 1860 a 1864, o Reino Unido da Inglaterra, ganhou uma concorrência para a instalação de uma usina de destilação de querosene, extraído da turfa a partir da nafta, e também, para a extração do xisto betuminoso em Maraú. A empresa foi instalada às margens do Rio Maraú.

A versão popular é de que a usina chamava-se “John Grant”, mais o roceiro, encontrando dificuldades com a pronúncia, abrasileirou para “João Branco”. Instalada a usina de João Branco, com todos os requisitos de uma grande refinaria, custaram à Coroa Inglesa 600 mil libras esterlinas. A mesma, empregou cerca de 500 operários, possuía uma estrada de ferro interna, por onde rodavam duas locomotivas. Dizem que uma delas é a locomotiva número 12, que fica em frente ao DETRAN, em Ilhéus. O Ilhéus Hotel, segundo dizem, foi construído com tijolos refratários das cinco chaminés da fábrica de João Branco.

Na referida usina, onde era destilado o querosene, fabricavam-se velas de espermacete, sabão, ácido sulfúrico e papel encerado para acondicionar alimentos e preparavam-se para a fabricação de celulose, no grande Parque Industrial de Maraú.

As atividades da Companhia Internacional de Maraú foram paralisadas. Dizem que a usina deixou de funcionar, devido a uma greve do seu pessoal, tendo como conseqüência, uma sucessão de crimes. A agitação atingiu tamanhas proporções, que “Mister Grant”, disparou um tiro em um operário, matando-o. Foi julgado por isso, mas mesmo absolvido, preferiu retirar-se da Bahia, fechando a Fábrica.

Diz o escritor Maurício Vaitsman, no seu livro “O Petróleo no Império e na República”, que a verdade é outra. O fracasso foi de ordem “política e social”. Hoje, na localidade ainda chamada JOÃO BRANCO, encontram-se as ruínas da fábrica e os trilhos da ferrovia. Por um paradoxo do destino, perto do local onde fora o grande Parque Industrial, foi descoberto um depósito de gesso, considerado o maior do mundo, pelo “truste” inglês do cimento Portland. Hoje, tal depósito, pertence ao grupo do cimento Mauá.

1938 | DE VILA A CIDADE DE MARAÚ

Pelo Decreto Lei n° 10.724 de 30 de março de 1938, a Vila foi elevada à categoria de Cidade.

O Município de Maraú está localizado em uma península, denominada Península de Maraú, zona na qual, foi implantada uma APA – Área de Proteção Ambiental, totalizando um perímetro de 212 km² em uma área de aproximadamente, 21.200 ha (vinte e um mil e duzentos hectares).

O Município é rico em minerais, destacando-se o xisto betuminoso o gesso e o petróleo. Quanto ao petróleo ainda não foi jorrado, mas se sabe da sua existência, segundo relatórios de geólogos de renome que visitaram o município, como Dr. Luiz Gonzaga de Campos e outros de várias nacionalidades.

DISTRITOS

Porto de Campinho

Durante a Ditadura, o governo fez um projeto para escoar a produção do Oeste Baiano (principalmente soja), construindo um porto na região de Campinho, e uma rodovia (BR-030). Porém, como a estrada cortava a Mata Atlântica, o trabalho de asfaltamento não pôde ser realizado e o porto acabou por não atingir o objetivo inicial. Atualmente, com o desenvolvimento do povoado de Campinho e de Barra Grande, a estrada vem recebendo várias melhorias periódicas, como a adição de cascalho na pista.

Tremembé

Subindo o rio Maraú, chega-se à vila de Tremembé, cujo acesso é possível através de barcos e por veículo através da cidade de Camamu. Próxima a vila, existe uma cachoeira (Cachoeira de Tremembé) , que deságua diretamente na Baía de Camamu, proporcionando um belíssimo espetáculo.

Piabanha

É um dos sub-distritos de Maraú, formado por moradores antigos da região. A principal fonte de renda do distrito é a lavoura cacaueira e a cafeeira, além da prefeitura. Tem, em média, 800 moradores entre crianças, adultos e idosos. As ruas são calçadas com paralelepípedos.

Fica a 1 quilômetro da BR-330 e está localizado ao sudoeste do município de Maraú. Tem, como cidades vizinhas ao sul, Ubaitaba, que fica a 20 quilômetros pela BR-330 e pela BR-101; ao norte, Ubatã, que fica a 17 quilômetros pela BR-330 Piabanha.

Dispõe de um posto do Programa Saúde da Família com atendimento médico de três vezes por semana. Possui, também, um cartório e uma sub-delegacia de polícia. Tem rede de esgoto, água encanada para todas as casas, uma escola com ensino fundamental da 1ª a 8ª série e um campo de futebol para o lazer. O vilarejo é pacato e muito agradável com a temperatura média anual de 28°C.

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